Influência das emoções

Influência das emoções

 

Palestra proferida no Oratório do Soldado, em Brasília, no dia 25 de abril de 2017. 

Degravação feita pelos voluntários Sabrina e Samuel Teixeira

 

Amigos, ao falar de emoções, naturalmente estamos falando principalmente das escolhas que as nossas emoções nos fazem ter.

Quando os Amigos Espirituais propuseram a Chico Xavier receber, na sua missão, ao seu lado, o espírito de André Luiz, que tinha sido um sanitarista, um cientista, um homem extremamente conhecido, mas que, sob o pseudônimo de André Luiz, tinha uma tarefa, que era escrever livros através de Chico, ele aceitou e escreveu 16 livros. Durante 700 dias, André Luiz,nas 24 horas, acompanhou Chico. Acompanhou Chico na entrega da sopa, na conversa com as pessoas que iam procurar pelo Chico, na psicografia de outros Espíritos através dele, para que a sua emoção se misturasse com a emoção do médium Chico Xavier. E toda obra que começou a ser psicografada, no final da década de 40, pudesse vir à tona.

As emoções são tão importantes que são elas geralmente o grande obstáculo para nossa alma, quando retornamos ao mundo espiritual e, muitas vezes, inadvertidamente, não nos preparamos para esse retorno, embora seja a única certeza que todo ser da terra encarnado: de que, um dia, a chamada morte física virá.

Entretanto, nós não gostamos de pensar nisso, não gostamos de falar disso, não nos preparamos para isso. O que é um grande engano!

Os próprios Amigos Espirituais gostam de lembrar que também as emoções são complicadas quando estamos fora da matéria, vamos reunir aqueles que vamos reencontrar na Terra e temos que combinar com eles qual será o nosso papel e o papel deles, para que, enfim, possamos resgatar débitos de ontem.

A página linda de Fonte vivanos lembrava, há poucos instantes, isso. Inclusive com o título, sobre paciência, me lembrei que, uma vez, Chico Xavier perguntou a Eurípedes Barsanulfo - o maravilhoso professor de Sacramento, já desencarnado desde 1917 -  perguntou:

- Seu Eurípedes, qual é, qual o Senhor diria que é, a qualidade mais difícil de se encontrar no coração do homem?"

Seu Eurípedes diz, imediatamente:

- A paciência...

E, é claro, quando nos falta a paciência, tudo nos atropela, tudo nos angustia, tudo dos deprime, porque não temos a coragem de, simplesmente, àsvezes saber esperar. E como os Espíritos sabem que, às vezes, conseguimos saber esperar, eles dizem:

- Então espera amando, servindo... Quando você fizer o bem, serve, perdoa e passa.

E é claro que gostamos também de nos queixar!

Então, quando estamos encarnados, dizemos:

- Não é possível que eu pedi isso!...

- Não é possível que eu pedi para casar com fulano!!!

- Não é possível que eu pedi para ter beltrano como filho, que é tão impermeável aos meus conselhos.

E os Espíritos costumam dizer que nós, realmente, não pedimos: Imploramos de joelhos, em lágrimas, para ter a vida que temos...

Entretanto, com o passar dos anos, Doutrina Espírita também foi se aperfeiçoando, mas no seu conhecimento, e os Amigos Espirituais, percebendo que estamos mais maduros, começaram a nos lembrar de não deixar ir embora determinadas coisas que tenhamos decidido antes de vir à Terra, em mais uma vida, pois há muito para transformar enquanto estamos aqui.

Praticamente tudo podemos mudar para melhor ou para pior. Embora haja, sim, algumas coisas que não se pode modificar.Em geral são os resgates, aquilo que vem do nosso passado e que nós pedimos para, mesmo tendo algum merecimento, ultrapassar sofrendo.

Eu conheci muitas pessoas orientadas por Espíritos Amigos que, sem entender porque tinham ficado tão doentes, ouviram dos Espíritos que, ao olharem, os Amigos Espirituais, a ficha dessas pessoas, do outro lado, para tentar ajudar, perceberam que elas tinham deixado como condição sinequa non aquele processo de sofrimento, aquela enfermidade, mesmo que mais tarde pudesse surgir a cura.

Mas as lições de determinadas doenças, muitas vezes nós fazemos questão de ter.

Um dos reis da Antiguidade mais cruéis, chamado Alarico, tinha uma determinação: quando ele dominava os povos, fazia questão de destruir tudo o que encontrava e dizia a seus soldados:

- Matem tudo que for vida!

Isso foi repetido mais tarde por Adolf Hitler, na Segunda Grande Guerra, quando ele também determinava a 'Teoria da terra arrasada': não simplesmente dominar os países, mas matar a sua população e até mesmo os animais.

Mas, para a surpresa de Hitler, por exemplo, na Segunda Guerra, quando ele invade a Rússia, os próprios russos começaram a queimar as suas casas, as suas aldeias, a matar os seus animais, para que ele e seus exércitos não tivessem nenhuma facilidade para invadir a Rússia daquela época: nada deveria ficar vivo.

Alarico tinha prazer em saber que, por onde suas tropas passavam, tudo deixava de existir.

No mundo espiritual, enlouquecido, sofreu por muitos séculos, nas regiões de grande dor.

E teve várias encarnações de sofrimento absurdo, que geralmente eram breves, porque ele não tinha nem merecimento de ficar dentro de um pouco de carne por muito tempo.

Entretanto, depois de várias vidas, ele sabia que estava se aproximando a hora daquele resgate final, que o seu corpo físico devia degenerar-se, sofrer de forma absoluta. E renasce como Jésus Gonçalves, e mais tarde fica leproso.

Mas... os livros espíritas caem em sua mão. Ele se encanta com a Doutrina Espírita! No seu sofrimento, ele encontra, ali, conforto: na certa, estava resgatando um grande débito do passado... E ele começa a correspondência com Chico Xavier.

E o Chico, a cada 15 dias, recebendo sua carta, fazia questão de escrever, mas sem contar, embora soubesse, que ele tinha sido.

Só depois de seu desencarne, Jésus Gonçalves soube disso pelos Amigos Espirituais.

Interessante é que o Chico se correspondia com ele, mas eles nunca se encontraram, pessoalmente. Jésus vivia isolado na colônia.

E ele se tornou tão espírita, que reuniu seus amigos igualmente enfermos, e faziam duas vezes por semana o Evangelho no Lar, estudavam a Doutrina Espírita, falavam da sua experiência, choravam juntos, mas comportados, porque acreditavam que estavam resgatando alguma coisa muito grave.

Chico, certo dia, está sentado na mesa sozinho, no salão do centro, Vê entrar um Espírito, mas a luz que o Espírito lançava era tamanha que o Chico não conseguia se quer enxergar-lhe o rosto. O Espírito aproximou-se da mesa e disse:

 - Chico, você não está me reconhecendo?... É verdade que nós não nos encontramos nessa vida, mas nos correspondíamos... Eu sou Jésus Gonçalves! Deixei meu corpo há dois dias e pedi aos Espíritos para vir aqui agradecer a você...

E Chico conta que, nas partes do corpo físico onde ele tinha sofrido mais a lepra, que eram os braços, uma parte do rosto e uma das pernas, a luz que saía dele era ainda maior. Por que, sem dúvida, finalmente ele tinha chegado do outro lado da vida com seu resgate complementado. 

E o Chico dizia que, só depois, os Espíritos Amigos contaram a ele que aquela era o início da parte final do seu resgate. Ele, que havia sido tão cruel, levou muito tempo para conseguir realmente resgatar coisas terríveis que havia feito...

Nossas escolhas, na hora da emoção, geralmente fora da matéria, estão relacionadas ao que fizemos de ruim. Nós queremos pagar aquilo. Queremos que aquilo saia da nossa emoção e, principalmente, do nosso períspirito, que fica marcado pelos eventos negativos que criamos na vida alheia.

Quando Abraham Lincoln decidiu, naquela noite, ir ao teatro, a médium com a qual ele lidava, porque uma médium frequentemente ia até a Casa Branca, para falar-lhe das coisas espirituais e das decisões que ele devia tomar como presidente do Estados Unidos, tentou avisá-lo que não fosse, mas o seu destino estava traçado.

Ele vai ao teatro, um anarquista atira nele e o mata.




Os Espíritos contam que Abraham Lincoln saiu do corpo alvejado pelo tiro. Teve consciência imediata de que tinha deixado seu corpo.

Semanas antes ele sonhara com a sua própria morte.

 Ele teve o privilégio de ser alertado pelos Espíritos do que ia acontecer com ele. Inclusive ele contou à esposa que, dois dias antes, quando ele não imaginava que desencarnaria, acordara suando, pois sonhou que entrava pela Casa Branca e começava a andar pelas salas, até que viu um caixão no meio do salão e um soldado que guardava o caixão, chorando. Ele se aproximou, no sonho, até o soldado e disse: - Quem morreu?

E o soldado, emocionado, disse: - O presidente.

E foi aí que ele acordou para, dois dias, depois realmente perder a vida...

Mas, tendo total consciência do seu desencarne e controlando a sua emoção de uma forma admirável, ele pediu aos seus Protetores que o receberam para esperar pelo seu assassino que, a essa altura, a polícia perseguiu e matou.

E a surpresa maior, para esse homem, foi sair do corpo assassinado pela polícia, mas dar de cara com o homem que ele tinha matado. E Esse homem, gritando“perdão”...

Abraham Lincoln sabia, alma especial que era, que, se ele não perdoasse, estaria preso àquela cena, àquele homem que tinha tirado sua vida...

Por isso, quando Jesus falava de perdoar, ele queria falar de algo muito maior do que simplesmente desculpar alguém: Ele queria dizer que nós não podíamos e não devíamos ficar presos àquilo que a vida deve esquecer. Porque, quando não perdoamos alguém que nos magoou, nós ficamos igualmente atrelados à emoção dessa pessoa. E as consequências são funestas, tanto que muito do que nos acontece hoje talvez esteja relacionado a momentos de perdão que nós não tivemos e, agora, estamos de volta, muitas vezes trazendo ligados, a nós, adversários, que não se sentiram perdoados e que hoje respondem às vezes por nomes belos como pai e mãe, primo, companheiro, companheira.

 Mas, se Abraham Lincoln conseguiu separar a sua emoção daquela hora terrível, o seu assassino, não.Porque a pessoa que carrega a culpa fica, até que resgate essa culpa, completamente envolvida. E esse explica, quando, mais tarde, socorrido, que queria resgatar de toda forma o que havia feito. E pediu, em detalhes minuciosos, para repetir a trajetória, inclusive a frustração da presidência dos Estados Unidos, através de uma violência.

E, exatamente 100 anos depois, John Kennedy é morto em Dallas, para resgatar o que ele tinha feito...

O resgate estava feito, exatos 100 anos depois, Na figura de John Fitzgerald Kennedy, o assassino de Abraham Lincoln resgata o seu débito.

Vive a mesma situação, aos 43 anos, tendo a vida ceifada, para voltar ao mundo espiritual, dessa vez tendo resgatado.

Contam os Espíritos que hoje John Kennedy, no mundo espiritual, é umados almas que mais luta para que haja paz no mundo, para que os países se entendam.

Eu fico imaginando como ele deve estar preocupado, porque a situação do próprio país dele e do resto do mundo é cada vez mais aflitiva.

Por isso os Espíritos dizem que,mais ou menos em 2026, daqui a uns nove anos, uma plêiade de Espíritos extraordinários voltará à Terra, a pedido do próprio Cristo.

Entre eles, Joanna de Angelis, que foi Santa Teresa D'ávila, a doutora da igreja, protetora de Divaldo Pereira Franco, orador espírita. Isso ela mesma contou a ele.

Francisco de Assis e outros vão voltar, por volta do ano de 2026, e espalhar-se pelo mundo.

Ela não disse no Brasil, porque nós queremos que seja tudo aqui: "Ah, meu Deus, esse povo todo vai reencarnar no Brasil?!" Não!!! Vão se espalhar pelo mundo, para já começar um Terceiro Milênio de verdade.

O único que sabemos, por informação dos Espíritos amigos, que está no Brasil, é Emmanuel, já reencarnado, após a grande tarefa com Chico Xavier -  e, é claro, é hoje um adolescente.

E dizem os Espíritos que ele veio para trabalhar na área da Educação.

Então não sabemos como será, mas a tarefa dele será essa: trabalhar na área da Educação.

...E como existem todas as áreas do mundo para serem aperfeiçoadas!

Esses Espíritos de luz, com certeza, vão encontrar seu lugar.

Divaldo comentava que Joanna de Angelis falou: - Quando você desencarnar, eu volto.

Ele faz, na próxima semana, dia 5 de maio, 90 anos. E ele ficou todo satisfeito.

Ele pensou:

- Meu Deus, ela vai reencarnar em 2026, então eu vou aos 99!!! Porque ela disse que eu ia trocar de lugar com ela...

E ele, com medo de ferir o assunto, disse a ela:

- A senhora deve estar muito feliz, porque a senhora vai encarnar em 2026, com essa plêiade de Espíritos maravilhosos ao seu lado...

Ela:

- Estou realmente muito feliz, mas você não precisa ficar feliz, não, porque nós não vamos trocar de lugar. Quando eu for, em 26, você já terá voltado...

Então ele perdeu a esperança!!!

Não sabe quando, mas, chegar aos 99, com certeza, não chegará... Embora, ele tenha a aparência de um professor de Educação Física!!!

Quem vê Divaldo Franco fazendo uma palestra, não imagina que ele, semana que vem, vai completar 90 anos...

Mas é incrívelcomo quando a pessoa gosta do que faz, como é o caso do Divaldo, divulgando Doutrina desde os 19 anos...

Outro dia ele disse a um dos diretores da FEB:

- Como eu queria ter de novo 40!

E quem de nós, né? Quem tem mais de 50, quase 60, gostaria de ter 40, porque, com a cabeça de hoje, nós íamos mudar muita coisa na nossa vida e não íamos dar importância a tantas tolices.

 Júlio César, traído pelo seu Senado, porque, na verdade, ele queria ser um tirano, é esfaqueado por Brutus, que considerava filho, e retorna em enorme revolta ao mundo espiritual.

Passa-se muito tempo, ele atravessa muitas vidas, mas, de repente, ele se conscientiza completamente de que precisava avançar.Pede, em lágrimas, segundo os Espíritos amigos, para voltar à Terra, de novo detendo o poder, mas, dessa vez, um poder maravilhoso.Um poder que não transformasse as mulheres em viúvas; as crianças, em órfãos... que trouxesse progresso para toda a parte.

E ele reencarna. Reencarna na figura de Napoleão Bonaparte.

E, obviamente, louco pelo poder, tira do próprio Papa a coroa com a qual o Papa ia cingi-lo e coloca sobre a própria cabeça. Já alucinado pela loucura do poder.

Deixou tantas viúvas e tantos órfãos nas guerras que fez que só na solidão de Santa Helena, como dizem os Espíritos, quando um câncer de estômago lhe devorava o corpo, ele chorava amargamente, porque, a olhar o mar, sem perceber como, ele via quadros de toda a sua vida que passavam como filme à frente dele e sabia muito bem que um dia prestaria contas, em outra matéria, de tudo que sonhara, mas que não tinha sido possível realizar.

Dizem os Espíritos, sem dizer quem ele é, que ele deteve o poder no nosso tempo, na nossa época, e hoje vive a velhice e o ostracismo no país que um dia comandou.

Então, embora os Espíritos não digam quem é, Napoleão volta à Terra mais uma vez. Muitos estudiosos dizem que na Rússia, onde conseguiu, de alguma forma, modificar, para melhor, o sistema que lá existe, e hoje realmente vive o ostracismo, a solidão, desde que a mulher que ele amava com loucura faleceu de câncer há anos atrás.Então os Espíritos nunca confirmaram isso, mas também nunca desmentiram.

A verdade é que, quando a alma escolhe, de novo, poder estar à frente de uma multidão, ela está sempre repetindo o seu passado e, infelizmente, quase nenhum deles é vitorioso.

Por isso, é na subalternidade, é na vida simples, é no anonimato que, muitas vezes, essas almas vêm.

Uma vez perguntaram aos Espíritos amigos se tinha se concretizado o desejo de Marilyn Monroe, uma das mulheres mais lindas que o mundo já viu, mas profundamente infeliz, que, aos 36 anos, morre. Ela não era suicida. Ela tinha uma noção tão errada da quantidade de remédio para dormir que, sem querer, tomou muito mais. Mas não tinha, necessariamente, o desejo do suicídio, embora tivesse uma depressão enorme que a acompanhava. Mas, no mundo espiritual, ela foi entrevistada pelo Espírito Humberto de Campos - antigo jornalista carioca.E Humberto contou ao Chico que ela disse:

- Eu já sei o que eu quero na minha próxima vida: eu quero vir feia. Absolutamente feia, porque a beleza física é um trapézio onde dificilmente você consegue manter-se sem cair.

E os Espíritos contam, sem dizer onde ela está e nem quem ela é, que hoje ela está na Terra novamente, é feia, mas tem uma voz maravilhosa...

Eles simplesmente dizem isso.

Então a gente não sabe quem é.

Talvez não viva publicamente, não seja ninguém que nós possamos identificar na televisão ou no cinema, com certeza não, porque os Espíritos dizem que ela cumpriu o que ela queria: veio muito feia.

E Hollywood não gosta de feiúra. Então, com certeza, em Hollywood ela não está, porque ela já esteve e fracassou demais - e sofreu muito na mão de pessoas que não a respeitavam.

 Quando nós fazemos nossas escolhas, no Além, antes de voltar, geralmente guiados pela emoção, ainda bem que temos os nossos Protetores Espirituais, que nos aconselham:

- Olha, você está pedindo demais. Olha, fulano não vai ser tão companheiro como você imagina...

Mas dizem eles que, arrebatados pela realidade espiritual, nós praticamente exigimos uma tonelada de resgates. Aí, quando chegamos aqui, na primeira topada:

- Meu Deus, mas terça-feira eu estava lá: assisti áquela palestra da Mayse!!! Como é que na quinta me acontece uma coisa dessa?...

Nós, Espíritas, então, adoramos cobrar!

Se tomamos passe, se fazemos qualquer coisa em benefício de alguém, já achamos que o bônus-hora tem que estar na nossa frente, que nada vai aparecer para criar obstáculos para nós...

 Zaqueu, um homem tão baixinho, tinha o sonho de ver Jesus de perto, mas a multidão que seguia Cristo era tão grande que ele resolveu subir numa árvore. E ficou lá em cima se segurando nos galhos.

Jesus passa por baixo da árvore e, sem levantar os olhos, diz:

 - Zaqueu, dá-te pressa em descer, porque eu quero hospedar-me em tua casa...

Foi um escândalo, porque Zaqueu era cobrador de impostos...




Como que Jesus, meu Deus, ia se hospedar na casa daquele homem?!

Comer na casa daquele homem?!

Mas Jesus sabia muito bem o coração que Zaqueu tinha. Sabia que, estando lá dentro, semearia, em definitivo, no coração de Zaqueu, uma lembrança eterna que o acompanharia para sempre.

E aconteceu assim.

Tanto que Zaqueu, depois de múltiplas existências, retorna no Brasil do século 19, para ser Adopho Bezerra de Menezes - essa alma maravilhosa, mentor de tantas casas espíritas.

Um homem que vivia, como ele mesmo dizia, de brisa amorosa...

Sua mulher, certa vez, disse a ele:

- Não temos nada para comer.

E ele a abraçou e disse:

- Não tem problema, querida. Nós vamos viver de brisa amorosa...

...Eu teria matado uma pessoa assim!!!

Eu teria, provavelmente, me desquitado na hora, mas ele era Bezerra de Menezes, e nem preciso dizer a vocês que, minutos depois, para um caminhão na porta da casa dele:  alguém muito rico, de quem ele não quisera, certa feita, cobrar uma consulta, quando o homem não podia pagar, fez uma compra magnífica,e ele recebeu comida pra meses...

Quando estudante, ele não tinha como pagar a continuidade dos estudos.

E colocou um anúncio na faculdade, dizendo que daria aulas de Matemática (ele detestava Matemática - temos isso em comum!). Mas ele colocou:

- Dou aula de Matemática

Porque, com isso, ele foi obrigado a estudar.

Aparece, bate à porta do seu quarto, na pensão, um rapaz:

- O Senhor ensina Matemática?

- Ensino.

Apavorado, pensando:

- Meu Deus, eu vou ter que estudar muito!

Porque, ali, finalmente, apareceu um aluno.

O homem, o rapaz, tira da carteira um grosso maço de notas e diz:

- Eu quero lhe pagar seis meses de aulas adiantadas.

Aí ele falou:

- Meu Deus! Agora que eu vou ter que estudar mesmo...

E aí ele pergunta:

- Quais as matérias, quais as partes da Matemática, que o Senhor não domina, para que eu possa estudar para recebê-lo?




- Quando eu voltar, o senhor saberá.

Nunca mais esse moço apareceu.

Nunca mais!

O Doutor Bezerra nunca soube quem foi aquela pessoa que lhe deixou aquele dinheiro que permitiu que ele se formasse e fosse o médico extraordinário que foi.

E, é claro, como todo médico recém-formado, ele optou por abrir uma porta num bairro de classe média alta no Rio de Janeiro... Depois de um mês, sem aparecer uma pessoa para dar um suspiro, ele pensou:

- Ah, meu Deus, não aparece ninguém! Enquanto eu não encontro clientes aqui, pacientes aqui, vou ali pro Riachuelo, pra Rua 24 de Maio. Vou abrir uma portinha, para atender pessoas gratuitamente... No dia seguinte que ele abriu a portinha, a fila dobrava a rua!!! Tudo de pessoas que jamais poderia lhe pagar...

E, no dia do seu desencarne, ele sabia muito bem que era o seu último dia na Terra, contam os Espíritos amigos,  ele chegou até a janela, e a fila estava pra lá da rua... Ele pediu então, às Forças do Bem, que ele só desencarnasse quando atendesse a última pessoa da fila...

E, à noite, quando ele atendeu a última pessoa da fila, deitou-se, chamou a família, despediu-se de todos e partiu.

Por isso os Espíritos amigos dizem que as nossas escolhas, na Terra, que parecem anárquicas, na verdade estão encravadas no nosso coração.

Às vezes nós lutamos contra determinadas coisas, mas, se elas tiverem que ser, e se forem para que possamos progredir espiritualmente, elas acontecerão.

Uma moça, muito obsidiada, foi procurar o Chico, certa vez, e disse:

- Chico, os Espíritos me seguem por toda parte. Os Espíritos tomam o meu corpo, e eu só faço bobagem. Chico o que é que eu faço? Me dê um conselho, uma orientação!

E o Chico disse:

- Eu tenho uma ótima: você trabalhe até cair desmaiada!

E ela:

- O quê, Chico? Até cair desmaiada?!

- Minha filha, trabalhe no Bem até desmaiar. Quando você cair desmaiada, os Espíritos não vão poder fazer nada, vão embora...

Este era o conselho que ele dava às pessoas mais obsidiadas e muitas vezes envolvidas por emoções difíceis. Ele sabia que uma boa vassoura, uma boa sopa pra distribuir, fazem com que as almas sofredoras saiam correndo de perto dessas pessoas que eles tentam obsidiar.




Ao Chico, certa feita, quando ele fez 80 anos, um repórter perguntou:

- Chico, você teve algum momento inesquecível na vida?

 O Chico disse:

- Tive. Tenho um momento inesquecível e me emociono até hoje ao lembrar: eu era moço ainda, estava cheio de dívidas com meus sobrinhos morando comigo e não tinha dinheiro pra nada. Me ofereceram uma possibilidade de emprego, mas era distante da minha rua e tinha um ônibus que passava só uma vez por dia,pra me levar até lá. E eu me postei duas horas antes no ponto do ônibus, porque não podia perder aquele ônibus de jeito nenhum, senão eu perderia a entrevista do emprego. Quando o ônibus aponta para entrar na rua e eu já me posicionei, vejo um garotinho do outro lado da rua gritando por mim: 'tio Chico! tio Chico, me espera! Me espera!”...

...E Chico ficou, por minuto:

- Meu Deus, se eu esperar por ele, eu perco o ônibus. Se eu não esperar por ele (o menino tinha uma mãe muito doente)...

Chico logo imaginou:

- A mãe dele morreu, por isso que o menino veio me procurar...

Ele deixa passar o ônibus.

O menino atravessa depois que o ônibus passou.

Abraça as pernas do Chico.

Aponta uma florzinha pequenininha do mato:

- Tio Chico, só queria abraçar o senhor e te dar essa flor...

O Chico conta que, naquele dia, ele percebeu que a sua emoção já tinha feito a sua escolha.Ele ia lutar com dificuldades a vida inteira, financeiramente falando, mas não deixaria o menino sem abraçá-lo e sem lhe dar aquela flor.

 No fundo, nossas emoções muitas vezes são abismos onde entramos e onde fica difícil, mas nossas emoções sublimadas nos levam ao céu, às coisas boas, àquilo que nos inspira, que nos pode abençoar, por isso é preciso estarmos sempre atentos.O que estamos fazendo das nossas emoções e com elas, o que estamos escolhendo?

Chico Xavier, aos 32 anos, teve uma crise de pânico, o que hoje é tão comum. Ele se sentou no degrau da cozinha de casa e teve uma crise respiratória, por não conseguir trazer o ar para dentro dos pulmões, e pensou:

- Estou morrendo...

Emmanuel apareceu:

- Quê que o senhor está fazendo aí no degrau?

- Estou morrendo...

- Você está morrendo?

- Estou morrendo. Se eu morrer, o Senhor me espera?

 - Sinto muito, meu filho. Não posso.

E desapareceu.

Aí é que a respiração ficou pior.

- Meu Deus, eu vou morrer e Emmanuel já disse que não me espera!

Aí foi mesmo que a dor veio...

Aí ele disse:

- Meu Deus, aos 32 anos eu vou morrer aqui nesse degrau, sozinho...

Aparece Dr. Bezerra de Menezes.

- Meu filho, o quê que você está fazendo nesse degrau?

- Estou morrendo. Nem vou perguntar se o Senhor vai me esperar, porque Emmanuel já disse que não vai me esperar. Já sei que o Senhor também não vai poder me esperar. Mas eu estou morrendo. O Senhor pode fazer alguma coisa?

Dr. Bezerra deu um sorriso e disse:

 - Oh, meu filho. Não sei se eu posso ajudar, mas o que eu posso, vou fazer.

Colocou a mão no peito do Chico, e ele viveu mais 60 anos!

Porque a verdade é que nossas emoções controlam nossas vidas.

Às vezes é difícil admitir isso: elas nos fazem ficar doentes, ter doenças que somatizamos em nosso corpo e que, muitas vezes, são inexplicáveis pela nossa genética, mas estão conosco.

Porque são emoções que nós não conseguimos realmente sublimar.

 Para encerrar: Irmã Dulce atravessava uma rua em Salvador, às 10 da noite, escuridão total. Ela e uma outra irmã. De repente ela olha um beco, breu total.

Ela vai até o beco e lá do fundo do beco ela traz, pequenina que era, nos braços, um mendigo agonizante: pele e osso.

A outra freira que havia parado na porta do beco, sem entender porque que ela estava indo até o fundo, se surpreende, ajuda a segurar o homem, e as duas o levam. Ele já estava nos últimos momentos, mas desencarnou numa cama limpa, sobre a prece das duas, e, após o desencarne, a freira vira-se e diz:

- Mas, irmã Dulce, como é que a senhora viu aquele homem na escuridão? Como é que a senhora enxergou aquele homem no fundo daquele beco? Na escuridão total da rua?

Ela se vira para a amiga e diz:

- Minha filha, a pergunta não é essa. A pergunta é: como é que você não viu?!

E, se algo eu podia desejar nessa noite, é que a nossa emoção nos faça ter os olhos de ver e os ouvidos de ouvir, e que Jesus nos abençoe.

Mesmo que digam a todos para desistirem de ser bons, porque o mundo não é bom; mesmo que digam a todos e a nós mesmos que não há mais esperança, vamos continuar em frente, vamos avançar, porque o dia de amanhã vem perto para as nossas almas eternas, e tudo será melhor, porque nós vamos tornar as coisas melhores, talvez ultrapassando enormes perdas e sofrimentos, mas vamos conseguir.

 Quando Lázaro estava morto há 4 dias, Jesus chega à cidade, e Maria e Marta, irmãs de Lázaro, dizem:

- Senhor, se estivesses aqui, nosso irmão não teria morrido...

Jesus diz:

- Tirai a pedra!

E as pessoas:

- Não! Impossível! Ele está morto há quatro dias! Não deve existir mais nada!

Tiraram a pedra.

 - Lázaro, vem a mim!

E Lázaro sai do túmulo, totalmente envolto em faixas, como eram os mortos envolvidos em faixas. Quando ele vai se aproximando, Jesus diz às pessoas em volta:

- Desatai-o e deixai-o ir!

... Que lição extraordinária. Jesus não diz:

- Eu te trouxe de volta à vida, então agora esteja comigo. Faça aquilo que eu determinar...“Desatai-o e deixa-o ir”!!!

No fundo, nossas escolhas, nossas emoções positivas devem agir assim também.

Há pessoas que não querem, não sabem, ou não podem estar conosco.

Deixemos que partam!

De nada adiantará mantê-las ao nosso lado, se elas querem e precisam viver experiências distantes de nós.

Um dia nos encontraremos todos.Contaremos uns aos outros as nossas experiências e tudo será melhor.

John Lennon dizia:

- Toda vez que alguém me ama, mas quer ir embora, eu deixo que vá. Se me amar de verdade, voltará.

E é verdade!

Que não seja numa vida, às vezes em outra, mas nós sempre vamos em busca das emoções que ficaram para trás,do que nós precisamos corrigir.

Que Jesus nos abençoe e nos guarde, mas para que possamos abençoar e guardar a todos que nos buscarem.

Que as nossas emoções, às vezes cheias de conflito, possam ajustar-se no equilíbrio do Bem, no servir ao outro, sem pedir nada em troca. No amar, pela glória de amar, sem pedir retribuição.

E, um dia, do outro lado da vida, com que alegria lembraremos de noites como essa, em que conversávamos e pensávamos um pouco mais sobre nós mesmos.

Que Jesus nos abençoe hoje e sempre!